« (...) - Chamam-nos mulheres de má vida - dizia-lhe -, e têm razão. Porque muitas de nós fazem as coisas muito mal.
Uma prostituta honesta deve estar sempre boa de saúde e, quando não está bem, deve evitar qualquer contacto com o cliente. Mas deve também ter a certeza de que ele é saudável e por isso deve sempre lavá-lo e observar com atenção o instrumento, que deve ser liso e brilhante, compacto e enxuto.
Uma prostituta honesta nunca se deve apaixonar, nem fazer o seu trabalho por prazer, mas apenas por dever. Amor é dor.
Uma prostituta honesta não pinta a cara, lava-se todos os dias, e mantém à distância percevejos, piolhos e pulgas.
Finalmente, uma prostituta honesta não vai para a rua chamar os clientes, mas sim espera que eles venham à sua procura.
Manda-os embora se estiverem bêbados ou sujos, ou se forem demasiado velhos, porque só iriam arranjar problemas. E não têm medo que estas limitações todas a limitem também a clientela.
Um serviço bom e discreto é a melhor propaganda. (...)»
Angiola Camurati - prostituta; ''Uma Chuva de Diamantes'' adaptado
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