sábado, 1 de janeiro de 2011

quando,

era pequenina, a mamã dizia-me que o mundo estava rodeado de gente má. eu ficava assustada, mas no fundo achava que era mentira. porque nos filmes só havia um vilão/monstro. mas agora vejo, o que é que a minha mãe queria dizer com ''gente má'', referia-se as pessoas que não têm respeito por ninguém, pessoas que falam por falar, e nem sabem o que estão a dizer. quando eu era pequenina, o papá dizia que eu tinha a maior sorte do mundo, eu sorria para ele, sem perceber o que ele queria dizer com isso. mas depois olhava a minha volta e via bonecos espalhados por todos os lados, e a minha imaginação a funcionar como uma máquina, e agora percebo as palavras do meu pai, porque o meu mundo era bem melhor que o mundo real, aquele em que só assisto a dramas e problemas, a crises e politicas, a catástrofes naturais, coisa que naquela altura nem sabia que existia. fazia birra porque não queria sopa, fazia porque queria colo, porque queria atenção. fazia birras por tudo e por nada, na verdade. agora nem pio, porque sei, que se digo alguma coisa, põe-se logo contra mim, a dizer que está difícil, e à quem morra a fome. isso há em todo o lado. mas antes eu não percebia isso. agora, vi que cresci, agora já não fico com uma incógnita no pensamento quando os meus pais dizem certas coisas. mas realmente, antes era tudo mais fácil, porquê? porque havia quem me fizesse as coisas, havia quem me pega-se ao colo, havia quem me trocasse fraldas. os meus pais. agora é quase impossível, agradecer-lhes por tudo o que fizeram por mim, sim, era a obrigação deles como pais, mas fizeram tudo da melhor maneira, e eu sinto-me mal, porque lhes falho tantas vezes. mas eles sabem, que não gosto de mais ninguém como gosto deles, porque eles, ensinaram-me a crescer.

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